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Blefaroespasmo, o tremor ocular do estresse [04/05/2012]



Blefaroespasmo, o tremor ocular do estresse  

Segundo oftalmologista, o abrir e fechar ininterruptos das pálpebras, conhecido como blefaroespasmo, pode ser provocado por situações estressantes, como cansaços físico e psicológico. Leia mais.

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O hábito de piscar os olhos é essencial, porque a lágrima limpa e lubrifica a córnea. Com isso, neutraliza a ação de microrganismos que podem provocar infecções oculares. No entanto, situações estressantes, como cansaços físico e psicológico, podem provocar mais do que piscadas, mas o abrir e fechar ininterruptos das pálpebras, o chamado blefaroespasmo.
 
A título de observação, normalmente, as pessoas piscam de 20 a 25 vezes por minuto.
 
Existem contrações pequenas e pontuais, causadas por situações cotidianas que desencadeiam tremores, os quais aparecerem e desaparecem rapidamente. E, há os quadros que exigem maior atenção e investigação médica,

“quando os tremores são ininterruptos, fazendo com que a pálpebra se contraia por longos períodos, causando a chamada cegueira funcional”, explica a oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Patrícia Moitinho.
 
Consequências

A consequência desses espasmos é que os portadores ficam impossibilitados de andar, dirigir e até de trabalhar.
 
De acordo com Patrícia, estudos indicam relação do blefaroespasmo com o estresse, cansaço físico e psicológico, mas também com fatores genéticos ligados às doenças musculares ou neurológicas.
 
O fator neurológico faz com que haja tremor muscular. O blefaroespasmo pode ser um sinal de problemas neurológicos como distonias, que são mais comuns em indivíduos que têm uma disfunção nas estruturas cerebrais responsáveis pelo refinamento dos movimentos. A evidência é o fato dos músculos serem ativados sem que haja necessidade dessa ativação, ilustra a especialista.
 
Confusão

Segundo a médica, a confusão entre o blefaroespasmo e o chamado “tique nervoso” faz com que muitos pacientes entrem em depressão ou busquem tratamentos ineficazes. Também há pacientes que demoram para procurar ajuda e médicos que desconhecem a patologia, diz Patrícia ao orientar que nesses casos o indicado é procurar um oftalmologista.

“A oftalmologia trata das causas deste quadro e pode elaborar um tratamento conjunto com outras especialidades, como a psiquiatria e a neurologia, dependendo do quadro ou da causa do blefaroespasmo”, comenta.
 
Tratamento

Os casos de blefaroespasmos prolongados são tratados de acordo com o tipo: primário ou secundário.
 
Blefaroespasmos primários - não têm causa ocular aparente e são tratados com a aplicação de toxina botulínica (botox) na região. Esse procedimento ameniza as contrações, abranda as dores e ajuda a corrigir a contração do músculo. O tratamento leva de quatro a seis meses, contudo os efeitos são percebidos em sete dias, prevê a médica.
 
Blefaroespasmo secundário - deriva de outro problema de saúde, seja uma patologia ocular ou neurológica. Conforme a descrição da médica do HOB, é comum pacientes com conjuntivite, olho seco, entrópio (pálpebra virada para dentro) e ectrópio (pálpebra virada para fora) apresentem o quadro de blefaroespasmo. Nesses casos, para eliminar as contrações o ideal é tratar a causa. Colírios, relaxantes musculares e drogas que atuam nos neurotransmissores e no controle motor, além de ansiolíticos e antidepressivos, também auxiliam, dependendo do caso, completa.

A oftalmologista do HOB ressalta a importância procurar um especialista para acompanhar a evolução do blefaroespasmo, identificar sua tipologia e iniciar o tratamento adequado com orientação de um médico.

 

Edição: Tina Szabados