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Tire suas dúvidas: caso de febre hemorrágica brasileira em São Paulo [22/01/2020]



No dia 17 de janeiro de 2020, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde foi comunicada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES/PSP) sobre um caso confirmado de febre hemorrágica brasileira. A vítima foi um adulto, morador de Sorocaba (SP). Para facilitar o entendimento e dar transparência à população em relação ao caso, reunimos aqui as principais dúvidas sobre a doença. Leia! Informe-se para não cair em fake news!

O que é a febre hemorrágica brasileira?

A febre hemorrágica brasileira é uma doença causada por parasitas de animais, e caracterizada por febre e manifestações hemorrágicas.

É causada por um vírus? Qual?

Sim, a doença é provocada pelo vírus da família Arenaviridae. Na literatura há o registro da ocorrência de quatro casos humanos de febre hemorrágica brasileira provocados pelo arenavírus, uma variante do vírus Sabiá.

Como é transmitida?

Existem duas possíveis formas de transmissão: as pessoas podem contrair a doença, principalmente por meio da inalação de pequenas partículas, formadas a partir da urina, fezes e saliva de pequenos mamíferos, possivelmente roedores SILVESTRES infectados, que funcionam como reservatórios do vírus.

Pode haver também a transmissão entre seres humanos quando há contato muito próximo e prolongado com pessoas doentes, sobretudo em ambientes hospitalares, por meio do contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções ou excreções de pessoas doentes.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas são febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução da doença pode haver comprometimento neurológico (sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão).

Por quanto tempo a doença pode ficar incubada?

O período de incubação, ou seja, período que compreende entre a exposição do vírus até o início dos sintomas, geralmente é de 6 a 14 dias, podendo variar de 5 a 21 dias.

Como posso me prevenir dessa doença?

A melhor forma de prevenir a doença é evitar o contato com roedores silvestres encontrados em áreas rurais e de mata.

Aos profissionais de saúde, recomenda-se o uso de equipamentos de proteção individual como: luvas, gorros, aventais descartáveis, óculos protetor e máscara N95, além da desinfecção das mãos, que deve ser realizada antes e após o contato com os pacientes. 

Se tiver algum sintoma, o que devo fazer?

Procurar atendimento médico e relatar ao profissional de saúde a história de contato com roedores silvestres, pessoas doentes, ou ainda história de viagens, presença em fazendas, parques ou atividades de ecoturismo.

Acho que eu (ou um familiar ou amigo) estou com a febre hemorrágica brasileira. Qual o serviço de saúde devo procurar?

É importante ficar atento aos sintomas da doença e, em caso de algum sinal, buscar atendimento médico imediatamente no serviço de saúde mais próximo (hospital ou posto de saúde) e relatar ao profissional de saúde a história de contato com roedores silvestres, pessoas doentes, ou ainda história de viagens, presença em fazendas, parques ou atividades de ecoturismo.

Qual a gravidade da doença?

As infecções causadas pelo vírus da família arenavírus são raras e produzem um quadro febril hemorrágico, em geral, com evolução rápida e grave, podendo levar à morte.

Qual exame detecta essa doença?

A doença é detectada pelo exame de biologia molecular, disponível no SUS. As amostras recolhidas na rede privada, também, são encaminhadas à rede pública. 

Qual é o tratamento para essa doença?

É realizado tratamento para os sintomas apresentados pelo paciente.

Tive contato com uma pessoa com suspeita da doença, o que devo fazer?

Quem teve contato com caso suspeito deve monitorar diariamente o aparecimento de sinais e sintomas: febre alta, acompanhada de um ou mais sintomas – dor muscular, dor de cabeça, dor epigástrica e tonturas. Caso apareça, deverá procurar o serviço de saúde.

Quem estiver com suspeita deve ficar em isolamento?

Os pacientes suspeitos ou confirmados para essa doença devem ser isolados em um quarto individual, com banheiro e pias separadas. O movimento dos pacientes no ambiente hospitalar deve ser restrito.

Quais cuidados devo ter em áreas de mata e/ou locais próximos a matas onde circulam roedores silvestres?

É recomendado evitar: contato com roedores silvestres, encontrados em áreas rurais e de mata, e sentar diretamente no chão; arejar e se possível molhar o chão, para evitar poeira de galpões ou abrigos que tenham permanecido fechados por muito tempo ou com sinais evidentes de presença de roedores (principalmente urina e fezes); acampamentos devem ser montados em lugares afastados de onde haja possível presença de roedores, como ninhos, escombros, lixões, acúmulos de lenha ou produtos agrícolas, palha ou outros materiais são habitats preferenciais desses animais.

Há risco de epidemia dessa doença no país?

Até o momento, as investigações epidemiológicas apontam para um único caso restrito a uma região do país. Caso procedente de Sorocaba/SP, com histórico de viagem para Itapeva/SP, Itaporanga/SP, locais prováveis de infecção, além de Eldorado/SP e Pariquera-Açu/SP, na região do Vale do Ribeira. Sem histórico de viagem internacional.

Quando foi o último caso dessa doença no país?
 
Na literatura há descrição de quatro casos humanos de febre hemorrágica brasileira provocados pelo gênero Mammarenavirus (vírus Sabiá no Brasil). O último caso de vírus Sabiá descrito ocorreu em 1999 por infecção natural.

Naturalmente, o vírus está presente em ambientes silvestres e circula entre os animais. A infecção humana ocorre de forma acidental e pode acontecer a qualquer momento.  

O Ministério da Saúde estabeleceu restrições para viagens e/ou locais
O evento de São Paulo é isolado e sua transmissão é restrita. Nesse momento, não há risco para trânsito de pessoas, bens ou mercadorias a nível nacional ou internacional.

Acesse a página do Ministério da Saúde sobre Arenavírus (febre hemorrágica brasileira)

Agência Saúde