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Acordo entre Brasil, Cuba e Haiti é a maior cooperação técnica do Brasil [19/12/2016]



Acordo entre Brasil, Cuba e Haiti é a maior cooperação técnica do Brasil
A Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti foi firmada com o objetivo de apoiar a reconstrução e o fortalecimento do sistema de saúde e vigilância epidemiológica do Haiti
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O modelo de cooperação técnica em saúde adotado pelo Brasil no Projeto Haiti, de Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti,  pode servir de exemplo para outros países. É o que avaliam técnicos e especialistas do Ministério da Saúde que mantém visitas regulares à ilha caribenha. 
 
Fundado na solidariedade entre povos e colaboração para retomada do protagonismo do país, o acordo de cooperação entre Brasil, Cuba e Haiti teve como ponto de partida o terremoto que devastou o país em janeiro de 2010.
 
Com mais de 200 mil mortos e grande parte da infraestrutura de serviços públicos destruída, a Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti foi firmada com o objetivo de apoiar a reconstrução e o fortalecimento do sistema de saúde e vigilância epidemiológica do Haiti.
 
Desde então,  são realizadas visitas regulares, quatro anuais, por uma equipe do Governo Brasileiro composta por representantes do Ministério da Saúde.
 
A última visita ocorreu recentemente, em dezembro desse ano, para a 27ª reunião da Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti.
 
A visita faz parte do acordo entre os três países e tem o papel de monitorar o desenvolvimento das ações em curso, como a manutenção dos hospitais, laboratórios e depósitos de vacinas construídos e acompanhamento dos resultados da formação de recursos humanos, oficina de órteses e próteses, além de apoio a ações de vigilância e imunização.
 
Após o terremoto, o Congresso brasileiro aprovou recurso de R$ 135 milhões para financiar a cooperação, que vem sendo desenvolvida até hoje. “Essa é uma das parcerias mais bem-sucedidas que o Brasil já fez e o sucesso disso vem, desde o início do projeto da agilidade da aprovação da Cooperação no Congresso, mas também das decisões terem sido tomadas sempre ouvindo a parte mais interessada que é o povo haitiano.  A construção do hospital foi feito em áreas de alta vulnerabilidade social  em regiões estratégicas”, explica a diretora do Departamento de Economia da Saúde (DESID) do Ministério da Saúde, responsável pelo Projeto Haiti,  Ana Wanzeler.
 
Além da construção e reforma de prédios, também foram doados ao Haiti equipamentos e realizados treinamentos com os profissionais de saúde do país para garantir não apenas a oferta de serviços de saúde, mas o atendido qualificado à população. O suporte incluiu ainda o compartilhamento de experiências na gestão em saúde e práticas da medicina cubana.
 
Os resultados positivos produzidos pela Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti  já podem ser vistos em cada um dos três hospitais construídos nas cidades de Carrefour, Bon Repos e Beudet. Hoje, essas unidades de saúde realizam, em média,  200 atendimentos por dia.  Para se ter uma ideia da eficácia da iniciativa, a expectativa inicial de atendimento era a metade desse número..
 
Os ganhos em recursos humanos são ainda mais expressivos.  Houve    formação de mil agentes comunitários de saúde, 270 auxiliares de enfermagem e 50 instrutores sanitários e pneumologistas haitianos. “Estamos envolvidos em uma cooperação que vai além do ato de estender a mão,  e possibilita a troca de conhecimentos, oferecendo ao país e sua população condições para que deem continuidade às ações iniciadas com o acordo”, esclarece Wanzeler.  
 
A segurança epidemiológica do país é prioridade no acordo, hoje o Haiti conta com dois laboratórios de vigilância epidemiológica reformados e equipados na localidade de Cabo Haitiano e Les Cayes que são áreas onde foram identificadas a ocorrência de doenças como malária, dengue, tuberculose, hanseníase e cólera.
Outra unidade importante construída foi o Instituto Haitiano de Reabilitação (IHR), localizado em Bon Repos, destinado ao tratamento e reabilitação de pessoas com deficiência.
 
O Brasil segue apoiando a reconstrução do Haiti, com 100% do acordo cumprido.  “Mesmo que o projeto tenha um prazo de validade, é importante entender que a parceria entre o Brasil e o Haiti permanece. Nós trouxemos ao país medicamentos que vieram de um pedido de doação voluntária do país: vacina contra cólera e kits calamidades por causa do furacão. A solidariedade entre países em momentos de desastres naturais é uma necessidade”, reforça Ana Wanzeler.
 
A parceria do Brasil com o Haiti em outras frentes também é lembrada pela gestora do Ministério da Saúde. “A parceria do Brasil com Haiti sempre existiu e é anterior a Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti. E esse laço se estreitou num momento de necessidade, trazendo apoio financeiro e técnico, algo que fosse palpável para o Haiti. Atualmente continuamos oferecendo custeio para que a cooperação continue sendo visível, na vida dos haitianos”, ressalta a diretora.