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Adolescentes correm risco em dobro de ficar fora da escola em relação a crianças em idade escolar, dizem Unesco e Unicef [22/01/2015]



Adolescentes correm risco em dobro de ficar fora da escola em relação a crianças em idade escolar, dizem Unesco e Unicef
O relatório apela para investimentos na melhoria das informações
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O direito à educação está sendo negado a cerca de 63 milhões de adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, de acordo com o novo relatório conjunto do Instituto de Estatística da UNESCO e o UNICEF, intitulado Fixing the Broken Promise of Education for All: Findings from the Global Initiative on Out-of-School Children [Reparação da promessa quebrada de Educação para Todos: resultados da Iniciativa Global Crianças Fora da Escola], lançado na última segunda (19/01/2015), no Fórum Mundial de Educação, em Londres, Reino Unido. 
 
Mundialmente, um entre cinco adolescentes não frequenta a escola, comparado a uma entre 11 crianças em idade escolar de nível primário. Assim, adolescentes são duas vezes mais propensos a permanecer fora da escola do que seus colegas mais jovens. O relatório também mostra que, à medida que as crianças envelhecem, aumenta o risco de elas não virem a frequentar a escola ou de desistirem de frequentá-la.
 
No total, 121 milhões de crianças e adolescentes nunca iniciaram seus estudos ou já desistiram de frequentar a escola, apesar da promessa da comunidade internacional de alcançar a Educação para Todos até 2015. Os dados mostram que quase não houve progresso na redução desses números desde 2007. As crianças que vivem em áreas de conflito, as que trabalham e as que enfrentam discriminação baseada em etnia, gênero ou deficiência são as mais afetadas. Há também uma preocupação crescente de que os benefícios anteriormente adquiridos com a expansão do acesso à educação sejam prejudicados, se não ocorrer uma mudança significativa nas políticas e nos recursos destinados à educação.
 
À medida que aumenta a pressão para incluir a educação secundária universal na agenda de desenvolvimento mundial pós 2015, o relatório mostra o caminho para se romper barreiras que fazem com que crianças permaneçam fora da escola. Se as atuais tendências continuarem, 25 milhões de crianças – 15 milhões de meninas e 10 milhões de meninos – estão propensos a nunca pisar em uma sala de aula.
 
Os índices mais elevados de crianças fora da escola são encontrados na Eritreia e na Libéria, onde 66% e 59% das crianças, respectivamente, não frequentam a escola primária. Em muitos países, os índices de exclusão são ainda mais altos para crianças mais velhas, especialmente meninas. No Paquistão, 58% das adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, estão fora da escola, comparados a 49% de rapazes.  
 
A pobreza é a maior barreira à educação, de acordo com o relatório. Na Nigéria, dois terços das crianças nas áreas mais pobres não frequentam a escola, e quase 90% delas provavelmente nunca serão matriculadas. Em contraste, somente 5% das crianças mais ricas estão fora da escola, e espera-se que, no futuro, a maioria delas seja matriculada. 
 
A UNESCO e o UNICEF acreditam que novas políticas devam ter foco especialmente nas crianças mais excluídas, como parte dos esforços mais amplos para melhorar a qualidade e o acesso à educação. Para realizar isso, os governos necessitam de informações detalhadas sobre quem são essas crianças, onde elas vivem, se já frequentaram a escola e se estão propensas a frequentá-la no futuro. Porém, muitas dessas crianças não aparecem nos métodos de coleta de dados atuais. As crianças com deficiências estão entre as menos visíveis – simplesmente não existem dados confiáveis sobre elas – e estão sendo negligenciadas nas respostas nacionais quanto às crianças fora da escola.
 
O relatório apela para investimentos na melhoria das informações, assim como demonstra que alcançar os mais excluídos deverá, inicialmente, custar mais, mas também proporcionará maiores benefícios. Ferramentas estatísticas inovadoras e de melhor qualidade podem ajudar a orientar governos e doadores a alocar seus fundos para a educação, de forma mais efetiva e eficiente. 
 
 
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