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Artigo inédito sobre escala geográfica aponta novos rumos para pesquisas [23/01/2015]



Artigo inédito sobre escala geográfica aponta novos rumos para pesquisas
A descoberta foi feita por um grupo de pesquisadores da Fiocruz
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Você sabia que nos estudos ecológicos, a associação entre fatores ambientais ou socioeconômicos e determinantes de leptospirose, por exemplo, pode ser influenciada pela escala geográfica?
 
A descoberta foi feita por um grupo de pesquisadores da Fiocruz - Renata Gracie, Christovam Barcellos e Mônica Magalhães, do Laboratório de Informação em Saúde (Lis), do Icict, e Reinaldo Souza-Santos e Paulo Barrocas, ambos da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), que analisaram os dados do número de casos de leptospirose (doença causada principalmente pela urina do rato contaminada) no Brasil, no período de 1999-2011, com a utilização da escala geográfica. No início deste período, houve em média 2.987 casos/ano, que contrastava com as 3.942 ocorrências anuais para este mesmo intervalo de tempo, apontando um crescimento de mais de 24% dos casos e indicando uma taxa de mortalidade de 10%.
 
Os pesquisadores constataram que os resultados de fatores de risco para leptospirose eram influenciados pelo período (endêmicos ou epidêmicos), pelo meio ambiente (se rural ou urbano) e pela escala geográfica (global, regional e local). Renata Gracie, autora do artigo, acredita que “esta foi a primeira vez que se analisou o tema com enfoque para a leptospirose” e que alunos de pós-graduação de outros municípios, como o de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, após a publicação da dissertação da pesquisadora do Lis, que deu origem ao artigo - Geographical Scale Effects on the Analysis of Leptospirosis Determinants (acesse ao lado, o artigo em inglês) - no International Journal of Environmental Research and Public Health, passaram a utilizar a metodologia aplicada pela pesquisadora. “Muitos estudos que avaliam risco de forma espacial utilizavam a metodologia de sobreposição ponderada, mas nem sempre se preocupavam com a escala geográfica também com o objetivo de diagnosticar risco à ocorrência de algum agravo”, explica. Segundo a pesquisadora, “A pesquisa em diferentes unidades de análise já havia sido feita em alguns trabalhos, mostrando taxas de incidência por bairro e distrito sanitário em Recife (Pernambuco). Creio que fazendo testes de correlação com outros indicadores além dos da saúde, ainda não”, acrescenta. O estudo foi realizado tomando por base os dados de Jacarepaguá, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
 
Graça Portela
 
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