Banco Mundial prevê longo impacto do ebola sobre Libéria e Serra Leoa [13/01/2015]
Banco Mundial prevê longo impacto do ebola sobre Libéria e Serra Leoa
Novas pesquisas do órgão revelam que surto continua causando prejuízos em outros setores
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Duas pesquisas divulgadas pelo Banco Mundial revelam que os impactos sócio-econômicos causados pelo ebola são de "longo prazo e persistentes". Os estudos foram realizados na Libéria e em Serra Leoa, dois dos países mais afetados pelo surto na África Ocidental.
A diretora-sênior para Pobreza do órgão, Ana Revenga, declarou que o ebola coloca "em alto risco" a futura prosperidade das nações.
Para captar os efeitos sócio-econômicos, o Banco Mundial e instituições parceiras na Libéria e em Serra Leoa estão fazendo pesquisas via celular com a população.
Na Libéria, quase metade dos chefes de família estão sem trabalhar. A maioria era empregada em áreas urbanas do setor privado. As mulheres são as mais afetadas com a estagnação do mercado de trabalho.
Outra nova preocupação está relacionada com a capacidade dos agricultores trabalharem em equipe devido ao medo do ebola. Entre as famílias que conseguiram terminar suas colheitas, 80% declarou que os resultados foram menores do que no ano anterior. A principal razão citada foi a dificuldade de se trabalhar em grupo, o que fez com que muitas colheitas ficassem inacabadas.
A insegurança alimentar também permanece na Libéria e a população declarou não ter dinheiro suficiente para comprar arroz, que está 40% mais caro do que a média para janeiro.
Em Serra Leoa, 9 mil trabalhadores assalariados e 170 mil autônomos fora do setor agrícola estão parados desde julho. Entre as famílias que ainda operam o próprio negócio, as receitas diminuíram 40%.
Na capital Freetown, há evidências de queda na utilização dos serviços de saúde em casos não relacionados ao ebola. Um número menor de mulheres confirmou ter feito visitas médicas após o nascimento de seus bebês, na comparação com os dados de 2013.
O Banco Mundial pretende continuar fazendo as pesquisas pelo celular e assim, monitorar como o vírus afeta as famílias da África Ocidental. O órgão continua investindo US$ 1 bilhão, o equivalente a R$ 2,7 bilhões, para ajudar no comércio, nos investimentos e nos empregos na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa.
Leda Letra
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