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Brasil é exemplo de abordagem de populações-chave em sessão promovida pelo Unaids [25/07/2016]



Brasil é exemplo de abordagem de populações-chave em sessão promovida pelo Unaids
A sessão “Nenhuma desculpa para a inação: superando obstáculos e aprimorando dados para expandir serviços para as populações-chave” 
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“Para nós, está muito claro que o ativismo das populações-chave é um elemento crucial para mobilizar a vontade política – e que esse é um caminho para promover as mudanças que buscamos”, disse, nesta quinta-feira (21/07), a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV), Adele Benzaken, durante reunião promovida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) na 21ª Conferência Internacional de Aids (AIDS 2016), que está sendo realizada esta semana em Durban, na África do Sul.
 
A sessão “Nenhuma desculpa para a inação: superando obstáculos e aprimorando dados para expandir serviços para as populações-chave” (“No excuse for inaction: overcoming obstacles and improving data to expand key population services”) contou com representantes de diferentes países que já promovem ações para suas populações-chave. Foram abordados trabalhos com pessoas que usam drogas, mulheres trans e homens que fazem sexo com homens (HSH). Estiveram presentes o vice-diretor executivo do Unaids, Luiz Loures, e da coordenadora global dos Estados Unidos para a Aids e Representante Especial da Diplomacia para Saúde Global, Deborah Birx, entre outros.
 
“Como indicado na Constituição Brasileira, ‘a saúde é um direito universal e gratuito e um dever do Estado’, e por isso, em 1996, uma lei federal assegurou o acesso universal ao tratamento antirretroviral no Brasil”, afirmou Adele Benzaken ao abrir sua apresentação sobre HSH e expansão da testagem no Brasil, “A experiência brasileira na abordagem de barreiras estruturais e na expansão de serviços para populações-chave” (“The Brazilian experience in addressing structural barriers and expanding service delivery for key population groups”). A diretora citou iniciativas como o projeto “A Hora é Agora”; a pesquisa RDS (Respondent Driven Sampling) com HSH; o uso de aplicativos para disseminar informações sobre HIV; o projeto “Fique Sabendo Jovem”; o projeto “Quero Fazer”; e o projeto “Viva Melhor Sabendo”, que vem sendo realizado em âmbito nacional em colaboração com mais de 50 ONGs, com testagem realizada por pares em horários e locais adequados às especificidades das diferentes populações-chave.
 
“Até agora, mais de 72 mil participantes foram testados por meio do ‘Viva Melhor Sabendo; cerca de 50% deles nunca haviam sido testados para o HIV antes”, disse a diretora do DDAHV, acrescentando que “mais de 14.700 participantes eram HSH, dos quais 4% tiveram resultado positivo”.
 
“Entre HSH que relataram uso de drogas e sexo comercial, os resultados positivos de HIV chegaram a 6%; uma maior taxa de positividade foi encontrada entre pessoas trans: 7,7%”, relatou Adele Benzaken.
 
Segundo a diretora, “esses projetos comunitários foram relevantes iniciativas brasileiras rumo ao cumprimento da meta de 90% das pessoas com HIV diagnosticadas na cascata brasileira – um índice que, em 2015, já era de 87%”. Adele Benzaken também reafirmou o compromisso do Brasil com as metas 90-90-90 e com o “esforço contínuo de manter-se como referência mundial na luta contra o HIV”.