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Diretora da OMS preocupada com "propagação explosiva" do zika [26/01/2016]



Diretora da OMS preocupada com "propagação explosiva" do zika
Margaret Chan cita "evidência sugestiva" da ligação entre infecção na gravidez e microcefalia
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A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou nesta segunda-feira que a "propagação explosiva" do vírus zika a novas áreas geográficas e a baixa imunidade da população são motivos de preocupação.
 
Margaret Chan fez um discurso ao Comitê Executivo da agência, em Genebra. Ela citou a "possível ligação entre a infecção durante a gravidez e bebês que nascem com a cabeça pequena."
 
A diretora da OMS enfatizou "que ainda não foi estabelecido o link entre o zika na gravidez e a microcefalia", mas reconheceu que "a evidência é sugestiva e extremamente preocupante".
 
Chan agradeceu os países afetados, como o Brasil, por detectar com rapidez a presença do vírus e por notificar a OMS sobre os casos. A chefe da agência da ONU aproveitou para falar também sobre o ebola.
 
Segundo ela, há 15 meses, Guiné, Libéria e Serra Leoa estavam reportando mais de 950 casos por semana. Atualmente, os três países interromperam as cadeias de transmissão, uma conquista considerada "monumental" para Margaret Chan.
 
Mas a diretora lembrou que a OMS ainda não declarou o fim do surto na África Ocidental porque "o vírus pode permanecer no corpo dos sobreviventes por até um ano".
 
Chan garantiu que os três países continuam com intensa vigilância e que a OMS tem mil funcionários na África Ocidental ajudando na detecção de novos casos, como os dois ocorridos recentemente em Serra Leoa.
 
A diretora da OMS explicou que o "ebola é um vírus teimoso" e que novos casos podem ocorrer. Segundo Chan, mais de 10 mil sobreviventes enfrentam problemas de saúde e estigma e essas pessoas precisam de cuidados.
 
A diretora falou ao Comitê Executivo da agência sobre a implementação de um programa único de resposta a surtos e emergências, uma mudança que ainda será implementada e fará a OMS "mais forte".
 
Margaret Chan lembrou de 77 milhões de pessoas que precisam de assistência de saúde em países onde há conflito armado. Ela defendeu ainda a cobertura universal de saúde, "um dos pilares" da nova agenda de desenvolvimento sustentável.
 
A diretora da OMS falou também sobre duas ameaças e perigos: o aumento das doenças não-transmissíveis e da resistência antimicrobial. Segundo Margaret Chan, "2016 será um ano decisivo e ação é necessária".
 
Leda Letra