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Ministro recebe delegação do governo Britânico [08/10/2015]



Ministro recebe delegação do governo Britânico
Na reunião foi discutido riscos de infecções resistentes a medicamentos
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O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, recebeu nesta quarta-feira (7), em Brasília, representantes do governo britânico que vieram ao Brasil pedir apoio à ação internacional de combate às infecções resistentes aos medicamentos. Composta pelos pesquisadores Lord Jim O’Neill e Dame Sally Davies, a delegação está no Brasil para apresentar estudos que chamam a atenção aos problemas relacionados à resistência antimicrobiana.
 
Durante o encontro, o ministro Marcelo Castro ressaltou o comprometimento do governo brasileiro com a questão e reafirmou o compromisso do Ministério da Saúde no controle à propagação e contenção da resistência aos medicamentos. Durante a reunião, os pesquisadores elogiaram a legislação brasileira que, a partir de 2011, passou a regulamentar a venda de antibióticos, com a exigência da prescrição médica.
 
Os pesquisadores, que estão no Brasil desde a segunda-feira (05), participaram de encontros com representantes do Governo Federal e governo do Estado do Rio de Janeiro, além de outras instituições como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Fundação Getúlio Vargas. O objetivo da visita é alertar autoridades, empresas farmacêuticas e produtores do setor agrícola-pecuário sobre os riscos associados ao aparecimento, à propagação e à contenção da resistência aos medicamentos. A visita também tem como finalidade conhecer o que é feito no Brasil em termos de pesquisa e de políticas públicas para enfrentar este problema.
 
De acordo com os estudos apresentados pelos pesquisadores britânicos, caso não sejam tomadas medidas, as infecções provenientes de resistência a medicamentos poderão matar, pelo menos, 10 milhões de pessoas anualmente, até 2050. Isso significará um custo estimado 100 trilhões de dólares na economia mundial. Até 2016, o especialista e sua equipe recomendarão um pacote de ações para enfrentar a ameaça crescente da resistência antimicrobiana, sendo que um dos objetivos da missão é pedir apoio ao governo brasileiro a essa ação.  
 
Para Jim O’Neill, coordenador da pesquisa encomendada pelo governo britânico, para apurar o custo humano e financeiro dos riscos de infecções resistentes a medicamentos, “o Brasil pode desempenhar um papel global de liderança ao incluir a resistência antimicrobiana como tópico relevante de discussão em reuniões do G20 e na Assembleia Geral da ONU. “Quero conhecer lideranças nacionais para entender como o país pode colaborar no desenvolvimento de novas drogas e métodos de diagnóstico”, afirma Lord O’Neill.
 
Uma das políticas elogiadas pelos pesquisadores britânicos é a legislação brasileira que regulamenta a venda de antibióticos no Brasil deste o ano de 2011, com a exigência da prescrição médica. Monitoramento da Anvisa indica que  houve queda de 10% na comercialização destes medicamentos no período de 2011 a 2013, após a regulamentação.  
 
Dados da Anvisa também demonstram diminuição da automedicação e aumento do uso racional de antimicrobianos, além de redução dos casos de resistência bacteriana. Isso foi possível a partir do monitoramento sanitário e farmacoepidemiológico do consumo de antimicrobianos na comunidade  e o fortalecimento da “conscientização” da população sobre a necessidade de consumir medicamentos por meio de orientação de profissional habilitado. A fiscalização das farmácias e drogarias é realizada por vigilâncias sanitárias de Estados e Municípios.
 
Consumir medicamentos de forma inadequada ou usá-lo de forma irracional pode causar dependência, resistência a antibióticos, reações adversas, intoxicação e até a morte. Além disso, a combinação errada de medicamentos também oferece riscos à saúde. A automedicação pode também levar ao agravamento da doença, já que a utilização de medicamentos sem a informação adequada pode esconder determinados sintomas e fazer com que a doença evolua de forma mais grave.
 
Nivaldo Coelho
 
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