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Peça teatral sobre vida de Galileu estreia no Museu da Vida [13/09/2016]



Peça teatral sobre vida de Galileu estreia no Museu da Vida

Espetáculo "A Vida de Galileu" estreia no dia 21 de setembro e tem entrada gratuita

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Um homem que adorava observar o céu, desafiou a Igreja Católica e acabou enfrentando a Santa Inquisição. A história de Galileu Galilei vai ganhar vida no palco da Tenda da Ciência Virgínia Schall, no Museu da Vida. Baseada no texto “A vida de Galileu” (Leben des Galilei, no título original em alemão), do dramaturgo Bertolt Brecht, a peça estreia no próximo dia 21 de setembro, às 15h, e cumpre temporada até 15 de dezembro. A entrada é grátis.

Matemático, astrônomo e físico italiano nascido em 1564, Galileu contribuiu com inventos e descobertas para a ciência. Decidido a explorar aspectos desconhecidos do Universo, construiu um telescópio em 1609 com mais capacidade do que os que existiam. Manchas solares e os satélites de Júpiter são algumas de suas descobertas. Defendeu a teoria heliocêntrica de Copérnico, segundo a qual o Sol é o centro do Universo e não a Terra, o que o fez ser perseguido pela Igreja Católica. Para fugir da fogueira, teve que negar aquilo em que acreditava.

“O texto de Brecht traz uma reflexão sobre a relação entre ciência e sociedade e mostra o compromisso do cientista com a humanidade. Além disso, a história explora o que pode acontecer com a ciência em regimes autoritários”, explica Wanda Hamilton, cientista social e atriz do Museu da Vida responsável pela adaptação do texto original. A encenação na Tenda da Ciência buscará associar a questão do autoritarismo da Igreja com o episódio da cassação de cientistas da Fiocruz durante o Golpe Militar. Na época da ditadura, o governo brasileiro cassou os direitos políticos e a aposentadoria de dez pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, que foram proibidos de entrar em seus laboratórios dentro da instituição. Em 2016, completam-se 30 anos da reintegração desses pesquisadores, que puderam retornar à Fiocruz após a injustiça que sofreram (veja a matéria no portal da Fiocruz: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/cartilha-sobre-reintegracao-dos-pesquisadores-cassados)

“A peça discute a relação dos cientistas, enquanto intelectuais de uma sociedade, com a sustentação do autoritarismo ou da democracia e da liberdade. Além disso, aborda em muitas cenas porque o cientista deve se aproximar da população. É uma discussão em que a divulgação científica é peça central. Todos esses elementos estão bastante presentes na peça a partir dos dilemas que o próprio Galileu enfrenta”, esclarece Diego Vaz Bevilaqua, chefe do Museu da Vida.

O ator, diretor e dramaturgo Daniel Herz divide a direção do espetáculo com o ator João Marcelo Pallotino. Segundo a dupla, a motivação para realizar esse trabalho vem da possibilidade de realizar o espetáculo numa instituição que representa a ciência “em sua potência máxima”, e lidar com temas que se mostram ainda atuais. “Estamos num momento político em que ciência e arte estão perigosamente sendo deslocadas para um plano de desvalorização e preconceito”, opina.

No palco da Tenda, os ensaios já acontecem a todo vapor. A peça de Galileu – que já foi montada recentemente por outro grupo teatral em uma versão de quase três horas – terá 1h20 de duração na adaptação do Museu da Vida. Herz comenta que saber perder é saber ganhar: “Perdemos cenas mas ganhamos espaço com as que ficaram. A essência da vida, luta e contradições de Galileu estarão em cena”, garante o diretor.

Durante os ensaios, elenco e direção buscam inserir elementos que podem inovar a montagem e encaram o desafio de contar uma história não apenas para o público adulto, mas também para os jovens, já que muitos alunos de ensinos fundamental e médio assistirão à peça. “A ciência e o teatro precisam dos jovens: a juventude tem a mudança nos seus hormônios. Essa peça une arte e ciência e isso já vale a aventura de abrir o pano”, afirma Daniel.

Diego Bevilaqua acrescenta que poucos espaços de educação não formal têm uma tradição tão extensa e ininterrupta de arte e ciência através do teatro como o Museu da Vida. “Essa experiência nos permite, hoje, fazer uma produção de alto padrão como essa montagem de Galileu dentro de um museu de ciência”, observa.

A peça está sendo realizada com recursos adquiridos por meio de parcerias feitas com o uso da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). Esse projeto conta com patrocínio master da IBM e copatrocínios da Schott e da Janssen. Todas as informações referentes à temporada serão divulgadas no site do Museu, Facebook (/museudavida) e Twitter (@museudavida).

Serviço

Peça: A vida de Galileu (de Bertolt Brecht)
Estreia: 21 de setembro, às 15h
Temporada: de 21/9 a 15/12
Duração: 1h20
Classificação: 10 anos
Local: Tenda da Ciência Virgínia Schall
Horários: terças, quartas e quintas, às 10h30 e 13h30
Sábados, às 11h: 8 e 29/10 | 12 e 26/11 | 10/12
Endereço: avenida Brasil, n. 4365, Manguinhos, Campus da Fiocruz, Rio de Janeiro
Informações (21) 2590-6747 | www.museudavida.fiocruz.br | Facebook (/museudavida) | Twitter (@museudavida)
Ficha técnica
Direção geral - Daniel Herz
Direção - Daniel Herz e João Marcelo Pallottino
Diretor assistente - Clarissa Kahane
Tradução - Roberto Schwarz
Adaptação do texto – Daniel Herz, Diego Vaz Bevilaqua, Letícia Guimarães e Wanda Hamilton
Consultoria científica – Paulo Colonese
Elenco -  Carol Garcia, Carol Santaroni, Ingra da Rosa, Letícia Guimarães, Lucas Drummond, Pablo Aguilar, Roberto Rodrigues, Sérgio Kauffmann e Tomaz Miranda.
Direção musical e trilha sonora - Leandro Castilho
Cenário - Fernando Mello da Costa
Figurino - Carla Ferraz
Luz - Aurélio de Simoni
Direção de movimento - Janice Botelho
Programação visual - Alana Moreira
Direção de Produção - Geraldo Casadei
Produtor Assistente - Mariluci Nascimento

Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz)