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Pesquisa aponta relação entre saúde e sensação de felicidade em idosos [25/01/2013]



Pesquisa aponta relação entre saúde e sensação de felicidade em idosos
Estudo sugere adequação do uso de indicadores para complementar
a avaliação de programas de promoção de saúde para idosos

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Da Agência Fiocruz de Notícias

Resultados de uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indicaram que a sensação de felicidade está positivamente associada a diversos indicadores de saúde em idosos. Os pesquisadores entrevistaram, durante um ano,  1.431 idosos, com idade média de 69,5 anos e moradores da área urbana daquela cidade, para verificar como se estabelece essa ligação.

“O estudo é um dos primeiros, em base populacional, que verifica as relações das condições de saúde com o bem-estar subjetivo de idosos. Avalia-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para ampliar o conhecimento desse tema no Brasil, apontando a importância de se incorporarem indicadores de bem-estar, entre eles o sentimento de felicidade, na avaliação e no desenvolvimento de programas de atenção à saúde da população idosa”, destacam os pesquisadores. “As prevalências do sentimento de felicidade nas últimas quatro semanas [anteriores a pesquisa] foram: 35,4% todo o tempo, 41,8% a maior parte do tempo, 14,5% alguma parte do tempo, 7,2% pequena parte do tempo, e 0,01% nunca”, afirmam os estudiosos.

Segundo os estudiosos, os dados apontaram que os idosos que se sentem felizes por mais tempo são casados, trabalham, são ativos no lazer, ingerem bebidas alcóolicas ocasionalmente, consomem frutas, legumes e verduras todos os dias, não são obesos e apresentam um tempo de sono inferior a dez horas e dormem bem. Além disso, relataram serem mais felizes também aqueles que não apresentam uma ou mais doenças crônicas, que avaliam melhor sua própria saúde e apresentam menos incapacidades. “Há evidências de que a ingestão moderada de bebida alcóolica também pode atuar de maneira protetora para algumas doenças cardíacas e em quadros de depressão”, explicam. “Por outro lado, a literatura aponta que o consumo abusivo é prejudicial por ampliar não só o risco de acidentes e violências, mas também de doenças como cirrose, câncer e doenças cardiovasculares”.

Com relação ao padrão diário de sono, os estudiosos esclarecem que o ideal é de 7 a 8 horas, sendo um tempo maior ou menor que esse associado à prevalência de doenças como a diabetes, hipertensão, depressão, doenças reumáticas, osteoporose e obesidade. “O padrão de sono, de um lado, é componente de escolha, de um estilo de vida; de outro, é afetado pela presença de morbidades e de uso de medicamentos”, apontam os estudiosos.

O estudo sugere ainda a adequação do uso de indicadores de saúde para complementar a avaliação de programas de promoção de saúde para idosos. “Os comportamentos relacionados à saúde são merecedores de atenção por se associarem com a mortalidade, com a morbidade e com o estado de saúde, sendo ainda fatores de risco passíveis de mudança”, elucidam os pesquisadores. “No Brasil, políticas para a prevenção e controle de doenças crônicas têm focado suas estratégias na promoção de estilos de vida mais saudáveis, especialmente no que se refere ao controle de tabaco, à melhoria da dieta, à prática de atividade física e à diminuição do consumo abusivo de bebida alcoólica, além do controle da obesidade”.

* O Jornal da Saúde é exibido todos os dias, às 13h. Reprise às 16h30 e às 18h30.Veja vídeos de nossas edições anteriores.
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