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Rede internacional de pesquisas sobre mudanças climáticas lança núcleo na América Latina [09/10/2015]



Rede internacional de pesquisas sobre mudanças climáticas lança núcleo na América Latina
Instituto Oswaldo Cruz é anfitrião da iniciativa continental
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A Rede de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Urbanas (Urban Climate Change Research Network – UCCRN) lança, no próximo dia 13 de outubro, seu núcleo para a América Latina, sediado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Como atividade de lançamento, o Núcleo realiza o seminário 'Construindo Cidades Resilientes: Gestão do Risco de Mudanças Climáticas para a Saúde Urbana', que vai reunir cientistas e autoridades interessados no tema. Realizado pelo IOC em parceria com a UCCRN, o Columbia Global Center Latin America e o Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Coppe-UFRJ (Centro Clima/Coppe-UFRJ), o evento contará com a apresentação de resultados do 'Segundo Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas nas Cidades', que será divulgado na íntegra durante a 21ª Conferência das Partes (COP-21), a partir de 30 de novembro, em Paris. Além disso, serão discutidas possibilidades de parceria entre os cientistas da UCCRN e as cidades da America Latina, destacando-se o Rio de Janeiro, através do Programa Rio Resiliente. Parte do evento será integrada ao Centro de Estudos do IOC.
 
Fundada em 2007, a UCCRN reúne mais de 600 cientistas de 150 cidades. O grupo realiza estudos e busca transformar o conhecimento científico em orientações para as ações locais contra o problema, destacando questões com impacto no dia a dia das metrópoles, como a formação de ilhas de calor, os problemas no abastecimento de água e as inundações em áreas costeiras. O Núcleo da UCCRN na América Latina (UCCRN-AL) acaba de ser formado, sob liderança do IOC e do Centro Clima. Incluindo integrantes de longa data da entidade e novos adeptos, a iniciativa reúne pesquisadores do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, no Brasil; Cidade do México, no México; Quito, no Equador; Santiago, no Chile; e Buenos Aires, na Argentina. O Núcleo está aberto a novas adesões.
 
Pesquisadora do IOC e coordenadora do Núcleo, a especialista em clima Martha Barata ressalta que a expectativa é expandir a atuação no continente, conectando cientistas e estabelecendo colaborações com gestores e ativistas. “Queremos contribuir para a qualidade de vida nas cidades, estimulando ações de mitigação e de adaptação para enfrentar as mudanças climáticas”, afirma a pesquisadora, acrescentando que o clima precisa ser considerado no planejamento urbano. “Mesmo que as emissões de carbono sejam interrompidas, ainda vamos sofrer consequências do aquecimento global. Não podemos, por exemplo, continuar erguendo residências e fábricas em áreas que correm grande risco de sofrer com enchentes no futuro”, argumenta ela.
 
O lançamento oficial do Núcleo UCCRN-AL contará com a presença da pesquisadora norte-americana Cynthia Rosenzweig, uma das diretoras globais da rede. Chefe de Grupo de Impactos do Clima do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa e pesquisadora do Earth Institute na Universidade de Columbia, a cientista integra o conselho de mudanças climáticas da cidade de Nova York. No seminário, ela vai apresentar um panorama do 'Segundo Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas nas Cidades', do qual é uma das editoras. Publicada em 2011, a primeira edição do documento reuniu, de forma inédita, estudos sobre os riscos climáticos nas cidades e as medidas recomendadas para enfrentar o problema em setores como transporte, saneamento e energia. Após quatro anos de pesquisas com a participação de 120 cientistas, a nova versão do relatório está em fase de edição para divulgação durante a COP-21.
 
Pesquisadoras brasileiras que estão entre os autores do documento também vão participar do seminário, detalhando as conclusões em diferentes áreas de estudo. O papel dos ecossistemas e da biodiversidade urbana será apresentado pela paisagista Cecilia Herzog, professora da PUC-Rio; enquanto os impactos das mudanças climáticas nas zonas costeiras das cidades serão destacados pela urbanista Maria Fernanda Lemos, da mesma instituição. Coordenadora do capítulo sobre saúde nas duas edições do relatório, Martha Barata discutirá os achados mais recentes sobre o tema. “É interessante notar que muitas estratégias para reduzir a vulnerabilidade às mudanças climáticas no futuro trazem benefícios imediatos para a população. Esse cobenefício existe na implantação do saneamento, nas melhorias habitacionais e na implantação de áreas verdes nas cidades, entre outros fatores”, comenta a pesquisadora.
 
O evento contará ainda com uma mesa redonda sobre as estratégias planejadas para enfrentar as mudanças climáticas na cidade do Rio de Janeiro. O presidente do Instituto Pereira Passos e coordenador da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro, Sérgio Besserman, apresentará o programa Rio Resiliente, iniciativa da prefeitura com o objetivo de traçar medidas preventivas contra os impactos do aquecimento global na capital fluminense. O debate terá a participação do assessor especial da prefeitura do Rio e representante executivo da cidade no grupo C40, Rodrigo Rosa, e do coordenador do Centro Clima da Coppe-UFRJ, Emilio La Rovere, além da pesquisadora Cynthia Rosenzweig.
 
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